terça-feira, 24 de julho de 2012

Eu e Minha Boca Grande – Joyce Meyer - Capitulo 1



Aprendendo a Falar a Linguagem De Deus

Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. (1 Coríntios 2:16)

Introdução

Como crentes, precisamos entender a alma e ser treinados para discernir as suas atividades. Como definido neste estudo, a alma está cheia do “eu”, ela pode e deve ser purificada e transformada em um vaso pronto para o uso do Mestre. (2 Tm 2.21)

A língua expressa o que pensamos, sentimos e queremos. A mente diz o que pensamos, não necessariamente o que Deus pensa. A vontade diz o que queremos, não o que Deus quer. As emoções dizem o que sentimos, não o que Deus sente. Ao mesmo tempo em que nossa alma é purificada, também é treinada para conduzir os pensamentos, desejos e sentimentos de Deus e, assim, transformar-nos em porta-vozes do Senhor.


A palavra de Deus ensina, em 1 Co 2.16, que nos foram dados, a mente de Cristo e os pensamentos, sentimentos e propósitos do seu coração. Temos a mente de Cristo, mas a alma não crucificada os “impede” de aparecer. Há uma luta contínua entre a carne e o espírito. O corpo e a alma unidos formam o que a Bíblia se refere como “a carne”. Portanto, usaremos os termos “a alma” e “a carne” alternadamente.

O homem quer pensar seus próprios pensamentos, mas Deus deseja usar a mente do homem para pensar os pensamentos dele. O homem tem seus próprios desejos, que podem ser mudados conforme os desejos de Deus, se ele se submeter ao Espírito Santo. O homem vive grande parte de sua vida guiado por seus sentimentos, que parecem ser o inimigo número um dos crentes. Os sentimentos podem ser treinados a estar sob liderança do Espírito, mas este é um processo que requer tempo e zelo.

Neste livro fala-se sobre a língua, que pode expressar a carne ou o espírito. Ela pode ser usada para verbalizar a Palavra de Deus ou como um veículo para expressar a obra do inimigo. Creio que nenhum filho de Deus quer ser usado como um-porta voz do diabo, mas muitos o são.

Pv 18.21. Não há nenhum outro assunto na Bíblia que deveríamos levar mais seriamente em conta do que a língua. Ela pode ser usada para trazer bênçãos ou destruição, não somente para nós, mas também para muitos outros.

Livros excelentes têm sido escritos sobre a língua. Quando Deus colocou no meu coração o desejo de escrever um livro sobre esse assunto, devo admitir que pensei: “Para quê O que posso dizer que já não tenha sido dito”? Mas creio, realmente, que Deus quis que este livro fosse escrito e também que ele será oportuno na vida de todos aqueles que o lerem. Oro para que a unção do Espírito Santo esteja neste livro, de maneira poderosa, para trazer revelação, convicção e arrependimento. Oro para que, enquanto você o estiver lendo, cada palavra desperte em sua alma um novo desejo de ser um porta-voz de Deus.

Aprendendo a Falar a Linguagem de Deus

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Marcos 11:22-23

Você tem problemas? A resposta está bem debaixo do seu nariz. Pelo menos, em grande parte. Não creio que alguém possa viver em vitória sem estar bem informado do poder das palavras. Normalmente, quando temos montanhas em nossa vida, falamos sobre elas; mas a palavra de Deus nos instrui a falar para elas, como observamos nas palavras de Jesus nessa passagem.

Você Está Falando sobre Suas Montanhas – ou para Suas Montanhas?

Quando Jesus disse para falarmos à nossa montanha, em fé, ordenando que se erga e se lance ao mar, essa é uma declaração fundamental que merece um estudo.

Em primeiro lugar, o que falamos para as montanhas em nossa vida? É obvio que não é para lançar sobre elas a nossa vontade, mas sim a vontade de Deus expressa em sua Palavra. Em Lucas 4, quando Jesus estava sendo tentado por Satanás no deserto, ele respondeu a cada tentação com a palavra de Deus. Jesus, repetidamente, diz “Está escrito”, e os versículos citados vão de encontro às mentiras e decepções do diabo se seguem.

Temos uma tendência de “tentar” isso por um tempo e, quando não vemos resultados rápidos, paramos de falar a Palavra para os problemas e novamente começamos a falar nossos sentimentos, que é, provavelmente, o que nos levou ao começo de tudo.

Um entalhador pode martelar uma pedra 99 vezes sem que haja evidência de que esteja acontecendo alguma coisa. Então, na centésima vez, ela pode partir-se em duas. Cada golpe estava enfraquecendo a pedra, sem que houvesse sinais que o indicassem. A persistência é um elo vital para a vitória. Devemos saber que cremos e dedicar-nos a conhecê-lo até ver o resultado.

Obediência e perdão são tão importantes quanto à fé e a perseverança

Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. Marcos 11:24-26

Para ter certeza de que mantemos o equilíbrio neste ensinamento, deixe-me dizer-lhe que falar a palavra de Deus é algo poderoso e absolutamente necessário para vencer. No entanto, essa não é a única doutrina na Palavra de Deus.

Por exemplo, a obediência é igualmente importante. Se uma pessoa pensa que pode viver em desobediência e ao mesmo tempo falar a palavra de Deus para suas montanhas e, ainda assim, ser vitoriosa, ficará profundamente desapontada, como Jesus demonstra claramente nessa passagem.

Mc 11.22-26 deve ser considerado como um todo. No versículo 22 Jesus disse que devemos ter fé em Deus. No versículo 23, ele ensina a liberar a fé falando para as montanhas. No versículo 24, ele fala da oração e da importância de orar, crendo. No versículo 35, Jesus manda perdoar. E no 26 ele afirma claramente que, se não perdoamos, também nosso Pai celestial não perdoará as nossas ofensas.

Não há nenhum poder em falar a uma montanha se o coração estiver cheio de falta de perdão. E esse é um problema endêmico entre os filhos de Deus.

Multidões de pessoas aceitam Cristo como Seu Salvador pessoal se decepciona ao tentar colocar em prática um dos princípios de Deus enquanto ignora completamente outro. Obediência é o tema central da Bíblia. Para muitos de nós, a vida está um caos por causa da desobediência. A desobediência pode ser resultado de ignorância ou de rebelião. A única maneira de sair do caos é arrepender-se e retornar a submissão e à obediência.

Não Ignore os “Sés” e os “Mas”

E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus; Deuteronômio 28:1-2

Por favor, observe os “sés” nesta passagem. Com muita freqüência, escolhemos ignorar os “sés” e os “mas” na Bíblia. Considere, por exemplo, 1 Coríntios 1.9-10

Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor. Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. 

Deus é fiel, e nos beneficiamos dessa fidelidade ao honrá-lo em obediência nos relacionamentos. A desobediência não muda a Deus. Ele é fiel, apesar da desobediência. A obediência , no entanto, abre a porta para a benção, que já foi liberada por causa da bondade de Deus.

Este livro seria uma tragédia, na minha avaliação, se eu tentasse ensinar que podemos receber o que dizemos sem esclarecer que isso deve se alinhar com a Palavra de Deus e sua vontade. “Falar para nossas montanhas” não é um passe de mágica ou encantamento que usamos quando estamos com problema, ou quando queremos alguma coisa e continuamos num estilo de vida desobediente e carnal.

Crianças

E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. 1 Coríntios 3:1

Enquanto estivermos na carne devemos orar e esperar que Deus nos mostre misericórdia e não nos dê o que pedimos. Falamos muitas coisas que são da nossa vontade, e não da vontade de Deus, simplesmente porque não conhecemos a diferença. Como “bebês em Cristo”, simplesmente não sabemos como falar ainda, como Paulo diz nesta passagem:

Assim como bebês naturais devem aprender a falar a língua dos mais velhos, assim os cristãos devem aprender a falar a maneira de Deus. Aprendendo a falar a linguagem de Deus

Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.  Hebreus 5:13-14

Precisamos de tempo para aprender a Palavra de Deus e conhecer seu coração. Embora muitas coisas estejam claramente definidas na Palavra e seja óbvio qual é a vontade de Deus, há outras coisas que não estão escritas em preto-e-branco. Devemos conhecer o seu coração e ser guiados pelo seu Espírito.

A Bíblia não diz que tipo de carro comprar ou quando vender a casa e comprar uma nova ou em qual empresa trabalhar. Quando trabalhamos em uma empresa e queremos uma promoção, esse desejo pode ser a vontade de Deus para nós; mas também pode ser cobiça. Como saber a diferença? O tempo é a resposta.

Leva tempo para conhecer a Deus, conhecer nosso próprio coração e ser totalmente sinceros com nós mesmos e com Deus. Leva tempo para aprender sobre motivações e discernir se as nossas são puras.

“Se for da tua vontade”

[...] Nada tendes; porque não pedis; Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:2-3

Uma vez ouvi dizer que uma pessoa de fé nunca orará: ”Se for da tua vontade”. Não houve nenhuma outra explicação, portanto, como uma recém – convertida, tomei a declaração ao pé da letra. Da mesma forma, ouvi que eu poderia ter o que dissesse, mas ninguém me falou que eu precisava crescer. Talvez alguém tenha dito, mas estava tão cheia de mim mesma que não ouvi. Estava totalmente fora do equilíbrio. Eu queria o que queria e pensei que tinha encontrado uma nova forma de conseguir. Ha algumas coisas tão claras na Palavra de Deus que não temos que orar “se for da tua vontade”. A salvação é um bom exemplo.

Em 1 Timóteo 2.3-4 ,a Bíblia declara que é da vontade de Deus que todos sejam salvos e cheguem ao seu pleno conhecimento.

Eu nunca oraria, “querido Pai Celestial, peço, em nome de Jesus que salves determinada pessoa  se for da tua vontade”. Eu já sei que é da vontade de Deus salvar aquela pessoa.

Tiago 4,2 diz que não temos porque não pedimos. O versículo 3 diz que, às vezes, pedimos e não recebemos porque pedimos mal e por motivos egoístas.

Percebo que, às vezes, é difícil pensar isso de nós mesmos, contudo é verdade, principalmente para o crente que não permitiu o processo de purificação de Deus em sua vida. Nesse estado, uma pessoa tem Deus dentro dela, mas também tem uma abundância de “si” mesma.

Quando o que pedimos não está claramente descrito na Palavra e não temos certeza da resposta de Deus, é sábio, e é um ato de verdadeira submissão, orar “seja feita a tua vontade.” Lembro-me de um exemplo, muitos anos atrás, quando meu marido Dave e eu estávamos de férias num lindo lugar na Geórgia. Estávamos muito cansados, e Deus permitiu que tivéssemos um tempo de folga para recobrar nossas energias. Gostamos tanto do lugar que planejamos levar nossos filhos para passar umas férias prolongadas no ano seguinte. Estávamos cheios de planos e animadamente falávamos sobre eles. Comecei a “declarar” (fazer uma confissão verbal): “Voltaremos aqui nas férias do ano que vem, e toda nossa família será abençoada neste lugar.”

De repente, o Espírito Santo falou em Tiago 4.15: Em vez disso, devíeis dizer: se o Senhor quiser, não só viveremos como também faremos isto ou aquilo. E mais tarde, ao estudar este versículo, também observei o versículo 16: Agora, entretanto, vos jactais (falsamente) faz vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna.

Há uma diferença entre fé e confiança, tolice e presunção. A menos que a diferença seja discernida, a vida espiritualmente se torna uma tragédia, em vez de um triunfo.

Pessoalmente, não sinto que seja fraca na fé quando oro: “Senhor eu quero isto - se for da tua vontade, se isso se encaixa no teu plano, se for o teu melhor para mim e se for no teu tempo.” Provérbios 3.7 diz: Não sejas sábio aos teus próprio olhos... Guardo esse versículo no coração e, acredite, ele me poupou de muita angustia.

Houve um tempo em que pensei que soubesse tudo e que, se todos me ouvissem, nos daríamos bem. Descobri, no entanto, que não sei absolutamente nada, comparado como que Deus sabe.

Devemos resistir à tentação de brincar de ser o “Espírito Santo”. Pelo contrário, devemos deixar Deus ser Deus.

Equilíbrio, sabedoria, prudência, bom senso e bom julgamento

Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia a sua loucura.  Provérbios 13:16

Percebo que, nos meus vinte anos de observação no Reino de Deus, que pessoas e mestres têm dificuldade com o equilíbrio. A doutrina que se refere ao poder das palavras, à língua, à confissão, a proclamar as coisas que não são como se fossem e chamar coisas à existência é um exemplo pelo qual tenho visto pessoas chegarem ao extremo. Parece que a carne quer viver à beira do caminho e tem dificuldade em se manter nos limites de segurança.

Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 1 Pedro 5:8

Os extremos são, na verdade, o playground do diabo. Se ele não pode levar um crente a ignorar completamente uma verdade e viver decepcionado, sua próxima tática será torná-lo tão parcial e sem equilíbrio com aquela verdade que não estará numa condição melhor do que antes. Às vezes, ele estará bem pior.

A sabedoria é o tema central da Palavra de Deus. Na verdade, não há verdadeira vitória sem ela. No Webstr´s II New College Dictionary,  sabedoria é definida como “1. Compreensão do que é verdadeiro , certo ou duradouro. 2. Bom julgamento , senso comum.” Tenho lidado com muitas pessoas nos últimos anos, tanto leigos quanto ministros da Igreja, que simplesmente não usam o bom senso.

A sabedoria não é radical. Provérbios 1.1-4 diz que a sabedoria é cheia de prudência e a prudência é boa despenseira.

Neste mesmo dicionário, prudência é definida como “administração cuidadosa, ECONOMIA.” O adjetivo prudente é definido como “usar bom julgamento ou bom senso ao lidar com assuntos práticos”. Creio que podemos dizer que sabedoria é uma combinação de equilíbrio, bom senso e bom julgamento.

Um mestre da Palavra de Deus tem a responsabilidade de se fazer entender de maneira sensata, para que os crentes de qualquer nível espiritual o compreendam. Fazer uma declaração generalizada de que “você pode ter o que diz”, sem qualquer explicação, é perigosa para o cristão imaturo. Creio que, como mestres chamados para treinar os filhos de Deus, é nossa responsabilidade perceber que nem todos que nos ouvem compreendem essa declaração. Significa que você pode ter o que diz, se o que diz está alinhado com a Palavra e a vontade de Deus naquele momento particular.

As pessoas carnais ouvem a mensagem com um “ouvido carnal”. Durante seu crescimento espiritual, elas podem ouvir a mesma mensagem de maneira completamente diferente do que ouviram na primeira vez.

Isso não quer dizer que a mensagem estava errada, mas um pouco mais de esclarecimento poderia ter evitado que os “bebês” espirituais ficassem inseguros.

A maioria dos mestres tem uma “tendência” própria em seus ensinamentos – o que é legitima. Isso tem a ver com o chamado de Deus na vida deles. Alguns são chamados para exortar e manter os filhos de Deus animados, zelosos e perseverantes, outros podem ser chamados para ensinar a fé e outros, prosperidade. Há aqueles que são chamados para ensinar quase que exclusivamente finanças. Muitos têm sido chamados para ensinar e ministrar sobre a cura.

Penso que quando as pessoas são chamadas para fazer alguma coisa, estão tão cheias do que Deus colocou nelas que , se não forem cuidadosas, podem ficar tendenciosas. Podem começar a agir como se o que estão ensinando fosse à única coisa importante na Bíblia. Isso pode não ser intencional, mas novamente sinto que é nossa responsabilidade ter certeza de que estamos apresentando o material de forma equilibrada, lembrando que os “bebês em Cristo” só conhecem o que ministramos a eles, e nada mais.

Creio fortemente no poder da confissão. Creio que devemos falar para nossas montanhas e também que muitas , senão a maioria, das respostas aos problemas estão definitivamente bem debaixo do nosso nariz – na língua. Creio fortemente na maturidade do crente, na crucificação da natureza carnal, na morte do egoísmo, na necessidade da obediência e na submissão ao Espírito Santo.

Em outras palavras, não estou tentando ensinar algo que somente o ajude a sair do problema ou conseguir algo que você queira. Tenho esperança de ajudá-lo a aprender como cooperar com o Espírito Santo para ver a vontade de Deus cumprida em sua vida.

Extraído do Livro: Eu e Minha Boca Grande – Autora: Joyce Meyer

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