Não desista de esperar
Como está
escrito: Por pai de muitas nações te constituí perante aquele no qual creu, a
saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se
já fossem. O qual, em
esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas
nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, não
atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos,
nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de
Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E
estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o
fazer. (Rm 4.17-21)
Pensamento
da mensagem: Só pode ter uma esperança que não se desespera quem crê no Deus
dos impossíveis.
Quero
destacar quatro fatos importantes sobre Abraão: Em primeiro lugar, Abraão começou a ouvir a palavra de
Deus com 75 anos de idade (Gn
12.4). Aos 75 anos, pensamos mais em "dependurar as chuteiras", em
nos aposentar, em entrar num pijama, comprar uma cadeira de balanço e encerrar
a carreira. Abraão, aos 75 anos, começava seu caminhar com o Senhor, recebia o
maior desafio de sua vida. Aos 75 anos, ele estava em pleno vigor, engendrava
pianos, fazia arrojadas caminhadas, aceitava grandes desafios de Deus. Não há
hora, não há tempo, não há idade para Deus chamar e desafiar você; e também
para começar um novo projeto em sua vida. Deus pode começar uma obra
extraordinária com pessoas de cabelos brancos e com a face marcada pelas rugas
que o tempo esculpiu. Moisés começou seu ministério aos 80 anos. Winston
Churchill tornou-se primeiro-ministro da Inglaterra, no turbulento período da
Segunda Guerra Mundial, aos 70 anos de idade. Foi sua liderança firme que
livrou a Inglaterra da avassaladora invasão de Hitler.
Em segundo
lugar, Abraão é constituído pai
de muitas nações sem ter um descendente (Gn
12.2). Aos 75 anos, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande
nação. Abrão significa grande pai, mas Abraão significa pai de uma grande
nação. Ele tinha nome, mas ainda não tinha filhos. Ele tinha a promessa, mas
não a realidade. Abraão enfrenta quatro problemas para esperar: sua idade
avançada; a esterilidade de sua mulher (Gn 11.30); a demora de Deus, pois
haviam passado onze anos desde que Deus fizera a promessa do filho, e a escolha
precipitada aos 86 anos, quando por sugestão de Sara, sua mulher, ele arranja
um bebê com a escrava Agar (Gn 16.1-4). Talvez sua angústia seja a mesma que
assaltou o coração de Sara. Você espera há muito tempo o cumprimento de uma
promessa. Você espera há anos a conversão de seu marido, de sua esposa, de seus
filhos, de seus pais. Os anos correm, e nada! Aquele problema que aflige sua
alma fica cada vez pior. O filho da promessa parece cada vez mais distante.
Cada regra, cada menstruação de Sara era uma espera impaciente, até que ela
entrou na menopausa, e Deus não cumpriu a promessa. Assim, Sara perdeu a
paciência. Ismael, o filho de Abraão com Agar, foi a gestação da impaciência de
Sara, e não a procura de Abraão.
Em terceiro
lugar, Abraão tinha 100 anos de idade quando Isaque nasceu (Gn
21.5). O apóstolo Pulo diz que Deus "chama as coisas que não são, como se
já fossem" (Rm 4.17). O corpo de Abraão já estava amortecido. Já havia passado
para Sara a idade própria de ser mãe. Se isso não bastasse, Sara ainda era
estéril. O bom senso dizia: "Impossível!". A razão gritava: "Não
pode ser!". Mas a fé diz: "Tudo é possível!". Abraão esperou 25
anos desde a promessa até Isaque nascer. Será que teríamos condições de esperar
uma promessa de Deus tanto tempo? Será que não teríamos sepultado essa promessa
no túmulo de nossa incredulidade e desesperança? Abraão acreditava que a
promessa de Deus não podia falhar. Ele confiava no caráter de Deus. Sua fé
estava plantada no solo firme da promessa, e sua esperança estava posta no Deus
que não pode mentir. O apóstolo Paulo escreve sobre Abraão: "Não vacilou
por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus" (Rm
4.20,21).
Em quarto lugar, Abraão é chamado a sacrificar Isaque
quando este já tem 14 anos (Gn
22.1-27). Ao todo, são 39 anos desde o dia da promessa até o dia em que Deus
pede Isaque de volta a Abraão. Agora, Abraão, de posse da promessa, escuta Deus
lhe falando: "Abraão, agora desista; dê-me seu filho; renuncie-o;
entregue-o a mim em sacrifício". Havia uma paciência tão grande em Abraão
que ele acreditava que a promessa de Deus não poderia ser frustrada, que Deus
ressuscitaria seu filho. Ele acreditava que nem a morte podia colocar limites
ao poder de Deus. Acreditava que, quando andamos com Deus, a morte não tem a
última palavra.
Extraído do livro: Quatro homens, um destino
Autor: Hernandes
dias lopes
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